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Geração Millennials e Arquitetura

  • Foto do escritor: Marina Viana
    Marina Viana
  • 11 de jun. de 2018
  • 3 min de leitura

Atualizado: 18 de jun. de 2018


Apartamento Simplex, Hong Kong. Foto: AD

A arquitetura, como outras artes, acompanha e cria tendências de acordo com os interesses sociais – de maneira geral. Por isso esse tema veio à tona essa semana: a geração millennials. Mas o que é isso e por que ela reflete nas tendências de arquitetura e decoração? Essa geração é formada por indivíduos que nasceram entre 1980 e fim de meados dos anos 90, cujas características principais são liberdade e flexibilidade. Trabalho e casa não são coisas separadas para eles. Os millennials executam múltiplas tarefas e esperam que seus empregos sejam tão flexíveis quanto eles.

Pessoas dessa geração são mais dinâmicas com relação ao trabalho e estão em constante mudança de emprego – o portfolio working; por isso são mais propensos a se realocar para equilibrar vida pessoal e profissional. Além disso, de acordo com uma pesquisa da Goldman Sachs, publicada em 2017, os millennials estão vivendo mais tempo com os pais e de aluguel, demorando mais para adquirir casas próprias. Isso aponta para novos formatos de espaços de convivência nos próximos anos.

Com base nesse formato de geração, cuja tendência é continuar crescendo e ocupando os mais variados ambientes, a arquitetura não pode se manter alheia. Seus profissionais precisam repensar o design dos espaços de modo a atender aos interesses dos millennials. Um dos principais aspectos dessa arquitetura é incentivar o uso de um mesmo espaço para mais de uma atividade; isso significa uma casa que se adapte a um espaço de trabalho.

O comportamento e os hábitos dos millennials resultam, então, em espaços mínimos mas com grande flexibilidade, nos quais um ambiente pode transformar-se rapidamente, sem consequências. A tecnologia, logicamente, não é ignorada, uma vez que essa é a primeira geração totalmente digital, que usa os recursos de troca para decidir coisas e acessa quase todo tipo de informações de maneira instantânea.

Seguindo esse raciocínio, aqui estão três categorias que norteiam muitos projetos voltados para o grupo dos millennials (lembrando que existem muitas outras categorias):


Sede do escritório Airbnb, em São Paulo | Foto: Fran Parente

  1. Espaço compartilhado: hoje a TV na sala de estar não é o objeto que mais atrai a atenção nas atividades em grupo. Por isso é importante repensar as áreas comuns para a geração que vive com a família mais tempo e que prefere o aluguel à casa própria. Os arquitetos apostam em ambientes que permitam cozinhar em equipe, reunir grupos, ouvir música ou fazer exercícios físicos. A prioridade é que o espaço una convivência e liberdade;

  2. Escritório agradável: as mudanças nas formas de trabalho refletem nessa questão pois, com atividades sendo baseadas em fotos e vídeos, os ambientes precisam ser adaptados a essas demandas. Os novos escritórios devem possuir espaços para gravação de vídeos e editoriais fotográficos e também bons sistemas de iluminação, assim como espaços amplos e compartilhados para que o trabalho flua sem que seja necessário deslocar móveis. Além disso, como o pessoal e o profissional convivem juntos, o ambiente deve ser agradável para quem trabalha; nesse quesito, as cores do local são uma escolha importante, que conferem personalidade ao ambiente;

  3. Universo particular: os quartos se tornam cada vez mais importantes para essa geração. Sem terem casas próprias, os millennials fazem desse cômodo um espaço para preservar suas personalidades e identidades. Os quartos permitem que o indivíduo se conecte com a sua essência e configure o espaço de maneira inteligente e pessoal.

Um dos grandes exemplos da arquitetura para os millennials é o prédio Nomad, no bairro Moema, em São Paulo. Esse empreendimento foi iniciado em maio de 2017 e tem previsão para ser lançado em outubro deste ano. O edifício da construtora SKR é uma inovação do mercado imobiliário e está sendo desenvolvido por meio de um retrofit (como se fosse uma reconfiguração) de uma construção dos anos 1970 do mesmo bairro. Esse projeto é assinado por Ângelo Bucci, um dos principais nomes da arquitetura brasileira contemporânea.

O prédio Nomad rompe em todos os seus aspectos com o modelo convencional imobiliário. Os ambientes – tanto as áreas privativas como comuns – são mais adaptáveis, favoráveis à interação com tecnologia, conectividade e design em toda a estrutura. Assim, a arquitetura robusta e de espaços amplos da década de 70 complementa as ferramentas tecnológicas, instaladas para o conforto dos moradores.


Por exemplo, por meio de um aplicativo próprio (Conceito Compass) para smartphones, os moradores terão acesso e poderão trocar informações sobre diversos serviços oferecidos no condomínio, como personal trainer, lavanderia, limpeza do apartamento, manutenção, liberação e controle de acesso de visitantes e utilização do espaço de coworking (onde se trabalha com outras pessoas).

Com tudo isso dá para notar o quanto as mudanças de comportamentos sociais refletem nas tendências de construção e decoração. Guiada pela geração millennials a arquitetura vai continuar se desenvolvendo e depois, essa geração vai dar lugar a outro tipo de comportamento, com novas demandas. Mas por enquanto vamos continuar seguindo essa linha millennials do espaço aconchegante e funcional, que faz uma integração dos "setores" das nossas vidas.

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2 comentários


Marina Viana
Marina Viana
19 de jun. de 2018

Muito obrigada princesa Giovanna! Fico honrada com um elogio seu <3

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Giovanna Campos
Giovanna Campos
19 de jun. de 2018

Muito bom o texto, menina Marina Gallagher!Adorei!

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